sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Diário de 2010

Quando chegam os últimos meses, ou nesse caso dias do ano, é praxe reconsiderar e pesar o saldo final de todos os feitos e atitudes tomadas.
E em um de meus momentos de insônia parei para refletir e para recordar tudo o que tinha feito e foi isso que constatei:

Janeiro, mês da transição...
Depois das novidades e trabalho árduo de 2009, no primeiro mês do ano ainda digeria toda a informação e acontecimentos.

Fevereiro, “o começo do fim”...
Início do ultimo ano letivo; problemas com lugares e novas regras nos mostram o medo da diretoria de um novo 3º F.

Março, o mês da mudança...
Me mudar de casa me rendeu muitas visitas corriqueiras e, apesar de bem mais perto, atrasos na hora da entrada do colégio. E pra “carimbar” as mudanças, minha primeira tattoo.

Abril, o mês dos bons hábitos...
Vida sedentária “out”: caminhadas até as dez da noite por lugares não muito seguros e rodinhas de violão após isso algumas vezes por semana. Desenterro meus blogs.

Maio, o mês da correria...
Saídas freqüentes de uma garota e cinco caras pelas noites geladas, com direito a strip teases masculinos algumas vezes. Primeira experiência de staff num desfile grande.

Junho, vida boêmia despertando...
Com as férias vieram as festas, entre elas a junina, e a bagunça foi boa com 15 pessoas em casa trocando de sexo para a quadrilha. Depois de chegarmos a salvo na escola – houve assédio aos meninos, ou garotas no caso – curtimos o que foi provavelmente uma das melhores festas do ano. Entre saídas e aniversários, bebida e ressacas. Entrada para a Velvet Revolver cover band.

Julho, “All is wrong”...
Tequila e cachaça, atitudes impensadas, primeira grande mentira do ano.

Agosto, mês da decepção...
Volta ao Madhouse, lágrimas, promessas, votos de confiança, reencontro de velhos conhecidos.

Setembro, do céu ao inferno...
Uma declaração, troca de segredos, desejo concebido, desejo destruído. Voltam os sinais de dissimulação.

Outubro, mês do retrocesso...
Aspirações rock star evidentes no editorial “Hard, It’s Rock!” e na primeira apresentação – show “prive” aos professores rende vários elogios. Beijos e tragadas - insistindo num erro, começando outros.

Novembro, mês do fim...
Saída da banda, término do colegial, relacionamentos e imaturidade – com meus 18 anos, despeço-me da adolescência.

Dezembro, mês das festas...
Nasce The Blush! Primeiro show e apresentações decorrentes e uma nova droga - Adrenalina.
Um cálculo: Saída após colação de grau com amigos + professor de química = boas risadas e vários comentários.
Festa de formatura incrível – cabelo trifásico, declaração de casais, fuga das valsas, muita vodka com energético e lavagem de pé na pia do banheiro no fim da festa.
Festas de Natal e Réveillon pra finalizar.

Considerações finais:
Não se ganha nada sem primeiro perder, é a lei natural dos acontecimentos. E quando se conhece o novo, não basta mais o velho, o conhecido. Seja bom ou ruim, o novo sempre nos faz buscar mais, seguir adiante, viver.
Foi tanto o que aprendi, tão pouco o que perdi e tão maior o que consegui que somente canto e repito aquela velha canção:

“O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens...”

E que venha 2011...

sábado, 18 de dezembro de 2010

Considerações de aniversário

Algumas, dentre tantas outras:

Demorei 18 anos para compreender...
Quantos vícios diferentes uma pessoa pode ter e sua suscetibilidade a eles, totalmente arbitrária.
Coragem é valiosa para os que sabem a administrar: em falta ela torna-se inútil, em excesso trona-se tolice.
Algum momento da sua vida você escolherá fazer o que deseja ao invés do correto e isso necessariamente machucará quem você ama.
A diferença entre metas e desejos é que no primeiro caso riscamos uma lista, no segundo riscamos nossos sonhos.
Quão tolo é confiarmos nossa esperança a alguém, quando essa pessoa já tem suas próprias frustrações e desejos a se confiar.
Enquanto houver necessidade e vontade nunca é tarde para se pedir desculpas, ou dizer eu te amo.
A distância poder conservar quando a proximidade começa a estragar.
A idade não traz responsabilidade ou maturidade, mas sim somente a consciência de que deveria tê-las...

domingo, 14 de novembro de 2010

A toda e qualquer pessoa que já se fez amar

O amor jamais acaba. Dele nada se perde e tudo se transforma.
O amor, porém, não é feito de matéria. Não é visível, não é palpável, nem mensurável. E quão frágil pode ele parecer.
Entretanto não se pode destruí-lo, apenas amenizá-lo, modificá-lo, reutilizá-lo, doá-lo, transportá-lo.
Descremos disso quando existe dor, ódio, mágoa,orgulho, rancor. Mas esses são apenas vícios, muito pequenos diante da "antimatéria" que é o amor e, inegavelmente, quando superamos nossos vícios, estará lá ele, a aparecer fulgurante novamente.
Não é ele algo que se pertença à alguém pois, sinto-me condicionada a acreditar, nós é que pertencemos a ele. Cada percurso, cada pessoa diante dele está marcada e sentenciada a o disseminar.
Aprendi isso quando percebi que meus melhores amigos tornaram-se melhores amigos dos meus melhores amigos...
Sinto-me feliz porque foi exatamente isso que aconteceu e agora sinto ainda mais vontade de amar.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Águia

Estará você mais uma vez a observar
Quando o Sol cair, quando o nevoeiro chegar
Águia ávida, sentinela inerte
Respiração nula, espião, interprete
Jogarei seu jogo de contar segredos
De ler pensamentos e desvendar meus medos
Blefaraei teu nome
Em minha última cartada
Águia de olhos cortantes esse é teu caminho
Além das cinzas sua lenda está guardada
Mas Águia, não se esqueça, ainda és feita de pena
Por isso foge do fogo, que tuas asas não renascerão
A crueldade está lacrada na mais primorosa das almas
Assinarás teu óbito ao ter minha certidão.

...mais uma ave para esta gaiola, perdoe-me a sordidez...

Poema de retribuição

sábado, 23 de outubro de 2010

O pior dos meus vícios

Ainda me lembro da ultima ressaca
Minha ressaca emocional
Não é tédio o que sinto, é vazio
O começo de uma possível abstinência: abstinência do erro
Ainda me flagro pensando em errar
É como aquilo foi chamado, como foi julgado - errado
Erraria a todo istante, a todo momento, se não tentasse me parar
Adoraria nesse instante te errar
...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Para livre interpretação

"Encostei-me a ti, sabendo que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti.
Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino
frágil, fiquei sem poder chorar, quando caí."


Cecília Meireles

Drummond...

A noite dissolve os homens

"A noite desceu. Que noite!
Já não enxergo meus irmãos.
E nem tampouco os rumores
Que outrora me perturbavam

A noite desceu. Nas casas,
Nas ruas onde se combate,
Nos campos desfalecidos,
A noite espalhou o medo

E a total incompreensão.
A noite caiu. Tremenda,
Sem esperança… Os suspiros
Acusam a presença negra

Que paralisa os guerreiros.
E o amor não abre caminho
Na noite.
A noite é mortal,

Completa, sem reticências,
A noite dissolve os homens,
Diz que á inútil sofrer,
A noite dissolve as pátrias,

Apagou os almirantes
Cintilantes nas ruas fardas.
A noite anoiteceu tudo…
O mundo não tem remédio…
Os suicidas tinham razão."

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Recomendações

Hino

"Talvez eu nunca entenda o modo monótono de vida,
ou por que uma pessoa chora arrependida
Liberdade é o que eu tenho de melhor,
meu espírito transborda, deixando minha alma cada vez maior
tendo certeza que nada vai cegar o fio da minha determinação,
que corta até mesmo o maior ego com astuciosa precisão
e usando o mesmo lema cada vez que embarco numa nova trilha.
Jogue-me aos lobos, e voltarei liderando a matilha."

http://palavrassoltasempossiveispoesias.blogspot.com/


A arte de interpretar e recitar pode estar alojada no sangue...

sábado, 9 de outubro de 2010

Palavras de um sábio de 70 anos...

"Picture yourself in a boat on a river
With tangerine trees and marmalade skies
Somebody calls you, you answer quite slowly
A girl with kaleidoscope eyes

Cellophane flowers of yellow and green
Towering over your head
Look for the girl with the sun in her eyes
And she's gone

Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds

Follow her down to a bridge by a fountain
Where rocking horse people eat marshmallow pies
Everyone smiles as you drift past the flowers
That grow so incredibly high

Newspaper taxis appear on the shore
Waiting to take you away
Climb in the back with your head in the clouds
And you're gone

Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds

Picture yourself on a train in a station
With plasticine porters with looking glass ties
Suddenly someone is there at the turnstile
The girl with kaleidoscope eyes

Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds"


Parabéns John...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A perder-te...

Onde está aquele brilho? O brilho que vi inumeras vezes quando me olhava, pulgindo, acertando-me, me fazendo sorrir, te fazendo gargalhar.
Restou-me apenas o olhar vazio, distante, com medo de me dirigir.
Onde está aquele sorriso, que me arrancava sorrindo, malicioso, despretencioso, o melhor de meu ser?
Só encontro dentes vazios quando me vê.
Onde está sua felicidade, sua capacidade, sua vontade, o pulsar do seu coração?
Talvez escondido, ferido, esquivo, sem luz.
Quizera eu poder destruir quem um dia lhe fez perder esse brilho.
Quizera eu libertar-te desse sono, onde perdeu-se inerte, onde te vejo afogar.
Quizera eu encontrar seu agressor, arrancar-lhe cada gota de amor e lhe entregar.
Quizera eu poder, pois não posso. Não posso eu mesma me aniquilar.

domingo, 3 de outubro de 2010

"Frases são preciosas e devem ser ditas da maneira certa. Uma oração mal feita é como um sussurro - as pessoas o escutam, mas dificilmente lhe dão alguma importância. Uma oração bem lapidada é como uma tempestade - arrebenta-te ou leva embora qualquer mal que te aflige."
Uma reflexão, 03/10/10, 22:07

domingo, 26 de setembro de 2010

Esfinge

"Desvende-me se for capaz..."

Amarei até o fim os que se arriscarem
E não perdoarei jamais os que tiverem medo.
Afortunados serão meus filhos se me desvendarem
Entregar-lhes-ei a mais linda das recompensas.
Desgraçados aqueles que apenas passarem por mim
Serão apagados por uma de minhas muitas facetas, o Tempo.
Bela e injusta, assim costumo ser.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

De volta ao Pier

Passos rápidos no asfalto
Estou alta, em suas costas
Como crianças nos divertimos
Crianças alcoolizadas

Caimos no chão, o corpo dormente
As luzes se apagam mais uma vez
No pier do mar de gente

Mas meu mergulho será breve
A noite só faz estender, devo emergir
Te deixo aqui entregue
Antes de partir.

domingo, 19 de setembro de 2010

Runaways

É meio dia, o sol está fervendo sob nossa cabeça
A lataria queima, o motor geme antes que o pneu aqueça
O rif chega rapido a nossos ouvidos
"Take me down to the Paradise city"
Você canta "girls", eu digo "guys are prety"

E a estrada segue como um vulto ao nosso redor
Nosso tranze vem dos "Doors"
"Come on baby, light my fire
Try to set the night on fire"

A Maverick voa baixo, nós gritamos
"Its my life, is now or never"
"I ain't gonna live forever"

Caixas de som tamborilam
"If it keeps on rainin', levee's goin' to break
Whem the Levee Breakas I'll have no place to stay"

Trovões a nossa volta, os lobos nos encontraram
Montados em Harley Davidsons, eles uivam
"Born to be wild"

E nós continuamos, mergulhados in the Road 66'
Absorvidos pelo calor do céu
We'll go to stairway to heaven
We'll go to highway to hell.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Fênix

O Paraiso restrito ao seu ser
Algo que não se compara ao que acostumamos ver
Sua autenticidade renova as esperanças
Ainda há de existir o prazer sem o ar de criança

Posso sentir a energia me encher de vibração
Mesmo sem sentir o sentido que pode ocorrer nesta ocasião

Sei que a era Jim morisson e o céu eu ja vivi
Mas pra aprender algo novo estou aqui
Não sei o que aconteceu com aquele tempo
Mas nem a falta de lugar apagou a minha força

Pois a sua força é como fenix que me fez renascer

"Dedicado a Carol por sua alma interior."

O melhor presente que alguém pode lhe oferecer... Obrigada parceiro de poesia.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

"Nós que aqui estamos por vós esperamos..."

"A morte é mais leve que uma pluma.
A responsabilidade de viver é tão pesada quanto uma montanha"
Ditado japonês


"Há três tipos de déspota:
O que tiraniza o corpo, o Príncipe
O que tiraniza a alma, o Papa
E o que tiraniza o corpo e a alma, o Povo."
Oscar Wilde


"O segredo do demagogo é parecer tão tolo quanto sua platéia, de maneira que estas pessoas possam se achar tão espertas quanto ele."
Karl Kraus


Mais no youtube, em oito partes...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Bardo

Se torna imponente no primeiro acorde
E meu coração segue o ritmo das cordas, no torpor da batida do tampo
Do mesmo jeito que para quando a música acaba
Acaba também o encanto

Unhas roídas e dedos calejados
Ágeis e passivos
Para esta música forjados

Fora a primeira vez que ouvi algo assim
Então guardei como um segredo
Sua música ainda está em mim

Os bardos a cantariam se a ouvissem
O dia morreria antes que partissem

As estrelas brilhariam para não a perder
E mesmo que esta fugisse, seria impossível de esquecer

Pois todos um dia param para ouvir
A música que em mim você fez surgir

domingo, 12 de setembro de 2010

Suposição

Está no dicionário - Artista: 1.quem se dedica às belas artes. 2.quem revela sentimento artístico. (...) 4.artífice; artesão.

Artistas revelam suas emoções através de suas obras. Se felizes, pincelam alegria em cores vibrantes. Se tristes, borram o mundo com tons soturnos. Os passaros tropicais provavelmente foram criados em um momento feliz. As sangue-sugas não. O céu num fim de tarde talvez tenha sido criado num momento feliz. As tempestades não. A esperança, o sonho e o amor devem ter inspiração de um momento feliz. As guerras não.

Tão engenhoso e tão temperamental também, aquele que desenhou no mundo todas as suas indagações...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Olhos vermelhos...

"Ali dentro, hora equilibrando-se num banco do bar, hora se desvencilhando dos vultos enérgicos do lugar, que se agitavam num frenesi de braços inertes e cabeças chacoalhantes, encontrava-se alguém.
A garota dos olhos vermelhos - de alcool e lágrima - esgueirava-se com destresa entre os corpos, pois já não tinha mais vontade de chorar.
Ela moveu-se discretamente e mais rapido do que poderia imaginar e olhou o mar de gente.
Aquele ser vivo, composto de braços ao ar, percebeu sua presença e lhe retribuiu o olhar.
A menina dos olhos vermelhos parecia cançada, mas ainda disposta a atravessa-lo. O mar de gente então, entendendo sua pretenção, se abriu, deixando-a passar. Sem êxito, a menina adentrou seu leito, mergulhando e sumindo, afogando-se e submergindo. As luzes da praia do mar de gente estalavam, e havia música, como faziam as sereias, a puxando para ainda mais fundo, mais perto do sufocante mar de braços, mais longe do ar da noite sem luar. Ali ela encontrou o conforto estranho e degradante, mas que a hipnotizava e durante aquela tempestade deixou-se afundar"

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Poemas e freses soltas...

Assimile rápido minhas palavras, pois elas são muitas
Pretensão e modéstia não costumam combinar

Resquícios do que já fui, nem a metade do que queria ser
Alguma sabedoria, pouca experiência, nenhum dever

Esqueci meus valores, refiz minhas convicções
Duvidei de minhas certezas, questionei minhas razões

Escrevi sobre pouco, julguei saber muito
Interpretei à minha maneira, da forma mais corriqueira

Repeti rimas e criei varias delas
Vagas, tolas, algumas belas
Inexpressivas, a arte de não interferir
Apenas ferir

Esperei pelos que não vieram
Chorei pelos que se opuzeram

Encantei alguns tantos que me olharam
Decepcionei os poucos que me enxergaram

Simplesmente não tentei agradar...

Próxima metamorfose

Não vou sorrir só pra ver ficar bem
Não vou ficar pra ver partir alguém

Não vou me comportar só porque convém
Não vou tomar só porque eles tomam também

Não vou roubar e ver ficar sem
Não vou reter pra ver virar refém

Não vou comer se a maioria não tem
Eu vou comer, se isso me mantém

Vou procurar e ver o quê lá vem
Vou me achar, achar algum porem

Vou ir ao mar e muito mais além
Vou viajar, só eu e mais ninguém

Raciocínio

Preenchendo lacunas da minha vida vazia
Contornando buracos dessa estrada esguia
Retrocedendo passos, buscando autonomia
Sentindo lavar a alma essa chuva fria

Caminhando descalça sobre a areia macia
Tragando a fumaça dessa cidade sombria
Rabiscando palavras sem serventia
Virando do avesso pra quebrar a monotonia

Cravando na pele desenhos de nanquim
Sujando de lodo a bonequinha de marfim

Fazendo do ócio o meu ofício
Enquanto o som da guitarra se alimenta do meu vício
(inacabado)

Interpretação

Vivendo do passado
Esperando a ponte desabar
Pressentindo algo errado
Não conseguindo respirar
Cavando em silêncio
Esperando alguém te parar
Se afundando no escuro e na imundície desse lugar
Mas talvez eu esteja exagerando
Talvez esse seja um meio de vida
Hipócrita do silêncio
Sobrevivência vegetativa.

Flerte

Hoje me mantive convicta a olhar
O olhar fixo a perscrutar
Sem medo do pudor, do flerte, do torpor
Buscando e encontrando o recíproco
O mutuo

A conversa desconexa os convence
Da inocência, do descente
Mas nós sabemos, nós nos vemos
E o que esta acontecendo
E continuamos a discimular...

Terra de loucos

Nós vamos sair e não ter pressa de chegar
Vamos conhecer o mundo, o lago mais profundo e o mais belo lugar
Deixar o que é resto e dar risada do que ficou para trás
Viver na preguiça, sem ódio ou cobiça
Fugir da ilha, ir ver o mar
Cantar esse hino, na nossa Terra de Loucos
Sentir o tempo passar aos poucos
Jogar as pernas para o ar
Pegar a estrada, viajar...

Pedido

Traga para mim a sua liberdade

Me tire dessa gaiola, me leve pra longe dessa cidade

Quero respirar ar puro, sentir o vento de um campo aberto

Perceber o tempo passar devagar

Ver o pôr-do-sol mais de perto

Viver do conto de contar estrelas

E contar as lendas de cada uma delas

Saborear a noite e o firmamento

Admitir que o que está a léguas não poderia vir mais de dentro

Conheceríamos o chão e o desejo

O conforto da solidão, o lampejo

Alimentados pela vida e mais que isso, pela vontade de viver

Até que esse mundo acabasse quando chegasse o entardecer

E você me devolveria para a segurança da gaiola

Me envolveria o tédio enquanto você iria embora

Até saciarmos mais uma fez nossa fome

Quando o vento do horizonte sussurrar outra vez nosso nome

Woodstock

Vamos fugir para woodstok
Voltar no tempo da era do rock
Fugir da merda dessa civilização
Fazer da nossa vida um imenso refrão
Assim como fizeram em stairway to heaven
Or Sgt. Pepper’s in 67

Sem mais lembrar do que nunca vivemos
Ou ficar a invejar aqueles que nunca conhecemos
Por que o show está apenas começando
Já conseguimos ouvir Hendrix tocando
A “Strat” flameja enquanto vai solando
No bumbo e caixas as baquetas marchando

Deitados no gramado de Max Yasgur
Enquanto olhamos para o céu de 40 anos atrás
Vivendo os "3 dias de música e paz"...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Egoísmo

6:24 quinta-feira - 06/05/10
(Escrevendo em cima da mesa de café, cheia de migalhas, no caderno de frases bonitas de outras pessoas)

Um bom igoísta é aquele que assume-se igoísta, pois assim você reconhece seu "defeito", mas não para corrigílo e sim para continuar com ele, pois você gosta de ser igoísta.
Eu sou igoísta, assumo.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A culpa é de quem?

Foi numa terça-feira de noite que acordei. Por ironia, o momento exato do meu "despertar" foi exatamente pouco antes de dormir, enquanto me deitava na cama. Na verdade, apenas formulei melhor questões que já estavam vivas em minha mente desde, mais ou menos, uns três anos atrás.
A primeira delas: a ignorância. Minha e de meus colegas de classe. A culpa é de quem?
É nossa, pois inumeras vezes os professores tentaram nos chamar atenção e nós, sem cultura e, em alguns casos, sem educação, os ignoramos? Ou será que é dos professores - que fique especificado: aqueles que não conseguem manter a sala em ordem, não possuem didática e/ou simplismente não tem aquela "aura" de mestre e, com isso, a admiração dos alunos?? Ou ainda da diretoria das escolas, que implantam normas equivocadas para amenizar o estrago feito pelos alunos, mas que acabam por só agrava-las??
NÃO! Para todas as alternativas acima. A culpa é do Estado, que limita o ensino público à apostilas deploráveis, com questões idiotas e repetitivas - as palavras são embaralhadas, mas as cinco questões de uma página são, na verdade, a mesma. Pouco assimilei durante esses últimos três anos de colegial, quando ocorreram as intervenções do material do governo para o aluno.
É incrível perceber que o conteúdo de cedernosde alunos particulares estão recheados de questões da FUVEST - que aliás, tinha como abjetivo auxiliar alunos da rede pública a ingressar numa boa universidade, também pública! Tinha... Os cadernos do aluno, porém, são extremamente pobres - opinião de professores!
Parece ser conviniente para o Estado que nós alunos e logo logo eleitores, continuemos ignorantes para que eles, nas próximas eleições, possam receber nossos votos. " Panem et circenses" - a regra é a mesma, só mudam os nomes.
Ofendem nossa inteligência com suas campanhas eleitorais - verdadeiro circo, com música e encenações.
E é exatamente como me sinto: uma imbecil, que verá mais um ano passar - o ultimo, felizmente ou infelizmente, ainda não consegui avaliar - sem receber a tão prometida edução.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Prólogo

" Não escrevo suficientemente bem para redigir um livro. Porém, não sou ignorante o bastante para não escrever nada."

Frase matutina, 6:49 da manhã de quarta. Caminho para a escola.

As pessoas normalmente esperam muito de um prólogo, ou uma explicação desnecessária dos motivos que te fizeram escrever no primeiro post. Este aqui vai ficar devendo as duas coisas, porquê simplesmente não há razões. Existe apenas a necessidade de escrever.