terça-feira, 29 de março de 2011

Réplica

Arrastando sua sujeira por onde passa
Largando-se no mundo para depois voltar e rastejar
Como fazem as baratas para encontrar comida, você fareja por atenção
Mas todos aqui já tomaram seu vermicida, terá que mendigar em outra direção

Sua alma está rachada, feito a velha boneca de porcelana
A tez antes alva está borrada por respingos de lama
O brilho dos cabelos outrora furta cor foi anuviado
E de sua bela figura restaram apenas lascas de passado

Então os deixe mais uma vez, a última
E esse será seu maior gesto de gratidão
Suma de uma vez por todas com sua presença leviana
E morra por eles, boneca de porcelana.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Li'l thing

Faz sua linha trovejar e urrar inconseqüente
Até errar e desabar, no tropeço iminente
Percepção do que ocorreu
Ainda não cresceu
Um grão de ouro perdido na areia
Valioso e brilhante, mas insignificante perto de toda a praia
De gente imunda, de gente impertinente
Torna-se como eles mais um inconveniente
Sua sombra é grande, mas sua alma ainda é amena
Não perca seu brilho “coisa pequena”

Sua consciência não denuncia a pouca idade
E aos desavisados assusta a sua sinceridade
O humor sarcástico faz rir e contagia
Pois sabe muito bem qual a arte de se fazer ironia
Melhor dos que um dia te ensinaram, é ágil em executar
Característica dos que não permitem que o tempo lhe escolha qual caminho tomar
Ainda que em meio as centenas de escolhas vãs
Cuidarei de você até que se acabem as manhãs
Minha coisa pequena

Haverá muito tempo para compreender o que te falta se puder tentar
E chegara a qualquer um de seus sonhos, se começar a sonhar
Desejo que seja sempre veloz por todo caminho que te conduzir
E maior que toda a vontade de desistir
Mas que saiba o caminho de casa quando vier a falhar
Pois dentro do uivo do lobo é o chamado pela matilha que se ouve ecoar
Por qualquer fosso escuro que caminhe mantenha a alma serena
E encontre-se com sua grande história, coisa pequena.